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Mostrando postagens de julho, 2017

Sheyla Smanioto - Desesterro

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Sheyla Smanioto - Desesterro -  Editora Record -  304 páginas - Prêmio Sesc de Literatura 2015, Prêmios Jabuti e Biblioteca Nacional 2016, Finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2016. Tinhosa essa jovem Sheyla Smanioto, ainda nem completou trinta anos e já é dona de uma linguagem forte e inovadora, inspirada na melhor tradição de autores como Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. No entanto, não repete em nada o caminho já percorrido pelos clássicos, ela prefere escrever com coragem e voz própria sobre os temas, estes sim, infelizmente, ainda os mesmos na sociedade brasileira, os eternos movimentos migratórios que apenas transferem a miséria e a exclusão de grandes parcelas da população do interior para a periferia marginalizada das cidades, a violência doméstica diária contra a mulher e um estado de indigência permanente do povo, difícil de remediar porque é o reflexo de uma fome ainda maior, a fome de dignidade e educação. O texto de Sheyla vem carregado

Longlist do Man Booker Prize 2017

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Divulgada a Longlist com os 13 finalistas da edição 2017 do Man Booker Prize. Este ano a competição vai ser bem difícil. Começando com  "4 3 2 1" , o último lançamento de Paul Auster , que interrompeu um período de sete anos sem publicações com este romance de 880 páginas na versão do mercado inglês. A indiana  Arundhati Roy não deixou por menos, fazendo seus fãs esperarem vinte anos pelo segundo romance depois do consagrado (inclusive com o Booker de 1997) "O Deus das Pequenas Coisas" . O premiado americano George Saunders (PEN/Malamud Award, Folio Prize) tem a chance de conseguir o Booker pela primeira vez, um feito ainda inédito em sua carreira. Ali Smith já foi finalista por duas vezes, quem sabe agora. Zadie Smith dispensa apresentações e já é bastante conhecida do leitor brasileiro. Para terminar esta rápida seleção dos seis favoritos, na minha avaliação, o norte-americano Colson Whitehead com um romance vencedor do National Book Award e Pulitzer, j

A arte de escrever crônicas

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Já notaram como o brasileiro é um mestre na arte de escrever crônicas? Temos uma habilidade inata de expressar opiniões sobre os mais variados temas, alguns bastante complexos, de uma forma leve e bem-humorada em poucos parágrafos. A crônica é um texto que, por mais interessante que seja, já nasce predestinado a uma breve existência nos meios de comunicação impressos ou digitais, além da ameaça de se tornar precocemente datado, devido à velocidade do noticiário atual, principalmente no campo político, onde novas revelações mudam as expectativas e opiniões polarizadas do grande público em poucos dias ou até mesmo horas. O que dizer então das colunas de crônicas semanais, onde o autor tem a responsabilidade de capturar a atenção do exigente leitor, rivalizando com a injusta competição da televisão, redes sociais e, mais recentemente, dos famigerados grupos de WhatsApp que produzem uma enxurrada de notícias sem o menor compromisso com a veracidade, mas que fisgam o inadvertido usuár

Explicação da Eternidade, um poema de José Luís Peixoto

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O escritor português José Luís Peixoto já é um nome conhecido no Brasil devido ao romance " Galveias" , vencedor do Prêmio Oceanos 2016 (antigo Portugal Telecom de Literatura) e inspirado na sua terra natal, uma aldeia da região do Alentejo no interior de Portugal com pouco mais de 1000 habitantes, onde a modernidade da vida dos grandes centros urbanos ainda não chegou.  Ler aqui a resenha completa do livro no Mundo de K.  Agora, com o recente lançamento de "A criança em ruínas" , primeiro livro de poesias de Peixoto em nosso país, temos a chance de conhecer um pouco mais do seu fascinante trabalho. Selecionei o poema abaixo, "Explicação da Eternidade"  no site oficial do autor , vale a leitura para esquecer um pouco do tempo, ou da sua falta. Explicação da Eternidade devagar, o tempo transforma tudo em tempo. o ódio transforma-se em tempo, o amor transforma-se em tempo, a dor transforma-se em tempo. os assuntos que julgamos mais pr

Acervo online de Pixinguinha

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Houve um tempo de rara inspiração na música instrumental brasileira em que a união do folclore com a influência clássica europeia propiciaram a criação de um requintado estilo musical que viria a ser conhecido como chorinho. Músicos como Ernesto Nazareth (1863-1934) e Chiquinha Gonzaga (1847-1935), dotados de extremo virtuosismo, criaram no século XIX o movimento que seria consagrado por meio de um dos maiores compositores brasileiros, o instrumentista, arranjador e maestro Alfredo da Rocha Vianna Filho, vulgarmente conhecido como Pixinguinha (1897-1973). O IMS lançou um site com centenas de canções, incluindo 40 músicas inéditas, documentos, depoimentos, discografia para audição online, recortes de críticas, fotografias e cadernos de anotações, somando mais de 9 mil peças — todas elas pertencentes ao acervo que está sob cuidado da instituição desde 2000.  O site é comemorativo  dos 120 anos de nascimento de Pixinguinha, completados em abril de 2017, reunindo farta documentação

As 20 capas de discos que marcaram época

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No tempo dos discos de vinil, a composição gráfica das capas atuava como um complemento ao conceito musical do álbum e a indústria  fonográfica dependia muito da empatia do público com essas capas  para impulsionar as vendas em um processo parecido com o que ocorre com os livros no mercado editorial de hoje. A preocupação com o acabamento e a originalidade das capas era tão grande que muitas delas acabaram ficando identificadas como símbolos dos movimentos musicais e culturais de cada época.  Uma lista assim é obviamente muito subjetiva e, normalmente, guarda uma relação afetiva com a lembrança que associamos a períodos da nossa vida. Os antigos discos de vinil sucumbiram à tecnologia do CD e hoje nem mesmo existe a ideia de um álbum completo com determinado conceito artístico. No entanto, assim como os bibliófilos resistem aos livros digitais, preferindo ainda o tradicional livro impresso, também existe um apelo de mercado pelo retorno da antiga tecnologia. A Sony, por exempl